segunda-feira, 3 de setembro de 2018

A rapidez nos tratamentos ortodônticos

O tempo que dura um tratamento ortodôntico depende de muitos factores. É necessário tempo para movimentar os dentes, e mais tempo para os consolidar nessa posição antes de remover os dispositivos ortodônticos.


Os pacientes cada vez mais procuram soluções rápidas.

Há aparelhos que trabalham com menor fricção e atrito, reduzindo a duração do tratamento, mas há 3 factores que são determinantes na duração de qualquer tratamento ortodôntico:

- a competência do profissional que realiza o tratamento ortodôntico

- a complexidade do caso

- a colaboração do paciente com uma boa higiene, cuidado na alimentação e assiduidade às consultas programadas


Hoje em dia, e com aparelhos como Invisalign e Autoligados é possível reduzir de forma significativa a duração dos tratamentos ortodônticos.


in "Ortodoncia Especializada Málaga - Dr Leandro Fernández"

catarina cortez | ortodontia

segunda-feira, 27 de agosto de 2018

É preciso esperar pelos dentes definitivos para usar aparelho?

Existe uma crença que só se pode começar um tratamento com aparelho quando todos os dentes de leite tenham sido substituídos pelos definitivos. Isto é um erro que pode ter consequências.

Em muitas crianças o momento ideal para iniciar ortodontia é precisamente quando ainda têm dentição de leite e os ossos da face ainda estão em crescimento.

Por essa razão todas as sociedades de ortodontia aconselham uma primeira visita ao Ortodontista quando a criança tem entre 6 e 7 anos.

Claro que algumas crianças podem aguardar pela dentição definitiva, mas sempre por indicação do Ortodontista que aconselha os pais de acordo com a avaliação efetuada.








texto "Ortodoncia Especializada Málaga - Dr Leandro Fernandez"

catarina cortez | ortodontia

segunda-feira, 14 de maio de 2018

Um olhar sobre a conferência em parentalidade

Como profissional de saúde da área infantil não posso deixar de falar (e escrever) sobre o evento que aconteceu no passado sábado, aqui no Funchal com o nome "Pais à Maneira".


Iniciativa do Diário de Notícias da Madeira, contou com a presença de algumas personalidades ligadas às crianças e às famílias nos momentos difíceis. Todas aquelas pessoas que estão na linha da frente quando os problemas tocam às famílias portuguesas, e que têm profissões que preferíamos que não existissem pois nascem para encontrar soluções para problemas que não queremos saber que existem.

Não é por acaso que estava presente a criadora da 1ª pós-graduação em Parentalidade e Educação em Portugal (não escrevi Positiva porque há pessoas que acham que serve para ensinar a dizer que sim mais vezes aos miúdos). É mais ou menos como comprar um telemóvel da Apple e achar que ele é de comer.... santa paciência.

Não é também por acaso que estavam 3 psicólogas, uma delas ligada à utilização de tecnologias na infância que ainda foi questionada por um interveniente no sentido dos tablets não serem maus em tudo, pois têm aplicações muito didáticas. "Sim, já agora eu tirava-o da escola, afinal ele tem as aplicações para aprender a ler!!". Ela não respondeu isso, mas podia... Claramente ninguém ali disse que a tecnologia tem de ser banida da sociedade, mas usar isso como forma de ter crianças paradas e que não incomodam em salas de espera, restaurantes, jantares, convívios tem de acabar urgente.

Também não será por acaso que estava presente uma advogada que ensina as famílias a gerir conflitos entre irmãos. Acima de tudo a sociedade tem de parar de achar que os conflitos constantes entre irmãos são coisas normais e faz parte do crescimento. Sim, se não forem constantes e não prejudicarem a dinâmica familiar. Surgem em famílias em que os próprios adultos não têm as suas necessidades supridas e nem sabem o que é autorregulação, quanto mais ensinar aos filhos...

Ainda foi um humorista da televisão dizer que as filhas não fazem birras. Esta parte não era para rir. Foi a única coisa séria que ele disse. Ninguém se riu. Porque parentalidade é perceber que uma criança com menos de 3 anos não tem ferramentas, conhecimentos nem capacidade de se autorregular. E que apenas um adulto seguro e feliz consegue ensinar isso. Ninguém se riu porque a maior parte das pessoas que lá estavam já sabe isso.


Foi um evento fantástico, criado por pessoas simples para pessoas que não têm vergonha de assumir que há muito a trabalhar nas famílias, nas escolas, nos consultórios, nos restaurantes, no carro, no avião, em cada um de nós.


Obrigada Diário de Notícias da Madeira! Keep up with the good work!


catarina cortez | odontopediatria





quinta-feira, 10 de maio de 2018

As crianças sensitivas

Há seres humanos com sensibilidade emocional aumentada. Esta condição foi oficialmente identificada em 1991 pela psicóloga Elaine Aron. 

Elaine descobriu que 15 a 20% da população pode ser classificada como sensitiva. Chegou a propor que os cérebros destas pessoas processam informações sensoriais e regulam as emoções de forma diferente.

Os sensitivos, ou empatas, são mais sensíveis aos sons, às sensações corporais e às texturas. Sentem-se verdadeiramente incomodados quando têm que se expor fisicamente. Os sensitivos detestam o  médico e o dentista! E apanham rapidamente quem lhes tenta "camuflar" a verdade.

A boca é algo muito íntimo para o ser humano. Não será por acaso que é a primeira forma utilizada pelo bebé para explorar o mundo que o rodeia. Desde que nasce até aos primeiros anos de vida a criança lê o mundo através da sua boca, testando tudo com os lábios, os dentes e a língua. Todos os objetos em seu redor são imediatamente dirigidos à cavidade oral, como que se precisassem de passar pela aprovação das papilas gustativas e das terminações nervosas linguais.

As crianças sensitivas passam o tempo com um dedo ou a mão na boca. E geralmente não é para chuchar. Sentem-se seguras, protegidas. Por vezes é só o indicador ou as costas dos dedos ou da mão. 

Repare se o seu filho leva as mãos à boca quando tem medo ou se assusta com alguma coisa.

Estas crianças vão ao dentista e ficam muitas vezes rotuladas como mal comportadas, não colaborantes ou ansiosas. 

Para mim não há crianças mal comportadas no dentista. Não estão é a portar-se como os adultos querem e isso cria imediatamente frustração no adulto que quer ver o dente tratado rapidamente. E é mais fácil dizer que a criança é mal comportada do que adaptarmo-nos às suas necessidades.

As crianças sensitivas precisam de 3 coisas: tempo, tempo, tempo. 

Afinal precisam de mais uma: a verdade. Mas isso todas precisam. A todas deve-se explicar o que vai acontecer e porquê, mas as sensitivas precisam de saber o que vão SENTIR.

O simples ruído do aspirador a funcionar ou a vibração da escova rotatória na sua intimidade (a boca) provocam no sensitivo uma sensação muito semelhante à dor. E reage exatamente como se estivesse a doer imenso. Gritam e choram com algo que para os outros "afinal só faz uma impressão".

Caír em rótulos como "criança mimada" ou "reação exagerada" não ajudam nada. Em bom madeirense: que baboseira!!!! Vai sentir-se incompreendida e ainda vai colaborar menos. 



Precisa-se urgente ensinar as nossas crianças a reagir às emoções. Saber que vai sentir uma grande impressão quando as máquinas começarem a funcionar, quase como se sentisse uma dor. E que as impressões se conseguem controlar com paciência, pausas e constatações: "parece-me que isto está a provocar-te uma impressão enorme, mas estás a conseguir deixar-me fazer o meu trabalho. Obrigada!"


Dá trabalho. Mas vale a pena.







catarina cortez | ordontopediatria






quarta-feira, 2 de maio de 2018

Tooth SOS a nova aplicação obrigatória para Pais e Educadores

A IADT - International Association of Dental Traumatology lançou em Abril uma nova aplicação de nome Tooth SOS.


Está disponível para IOS e Android, é gratuita e tem tudo o que é necessário saber sobre traumatismos dentários. Está em inglês (americano). Recomendo a sua leitura completa para que se possa familiarizar com os termos em inglês, e procurar a tradução com calma. Assim, se algo lhe acontecer pode agir rapidamente e não perderá tempo a tentar traduzir sob pressão. As probabilidades de tomar a decisão correta aumentam exponencialmente quanto mais preparado estiver.



À partida o utilizador opta se quer entrar como profissional de saúde dentária ou como "paciente". Ao entrar como paciente tem novamente duas opções: "sofri trauma dentário" ou "como prevenir o trauma dentário".


Se sofreu um traumatismo dentário ou está com alguém que tenha sofrido está disponível uma lista completa de todos os tipos de acidentes, com fotografias de alta qualidade, se é urgente ou não, o que deve fazer e como deve transportar o paciente (e os fragmentos de dente/s) até ao consultório dentário. Tem todas as guidelines para acidentes com dentes definitivos e dentição de leite.










Na secção "prevenção" tem excelentes imagens de todos os tipos de protetores bucais para desportistas, classificados de acordo com a sua eficácia e preço mais ou menos acessível. Tem até uma lista de todos os desportos em que a IADT recomenda o uso obrigatório de algum tipo de protetor bucal/dentário. Assustou-se? Agora que já sabe, mãos à obra.















Se entrar como Médico Dentista tem uma panóplia de artigos científicos e guidelines de leitura obrigatória.

Pode também saber um pouco mais sobre formação na área da Traumatologia Dentária, cursos e congressos da IADT e até a opção de fazer um Fellowship in Dental Traumatology tornando-se Fellow of the International Association od Dental Traumatology enquanto assim desejar.


                                                       


Seguramente uma aplicação obrigatória para toda a população.














catarina cortez | odontopediatria

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Acha cedo começar a ir ao dentista aos 18 meses?

Muitos pais questionam-me qual deve ser a idade para se iniciar a criança nas idas ao Médico Dentista.





A partir do momento em que o indivíduo tem dentes e come, podem começar os problemas. Portanto antes dos 2 anos, idade em que têm entre 8 a 10 dentes na boca, os bebés devem iniciar as suas consultas de Odontopediatria.

O médico dentista Odontopediatra, irá questionar os pais acerca de todos os hábitos da criança,  medicação frequente, alimentação, avaliar o tipo de parentalidade que exercem sobre os filhos, e instruir acerca dos cuidados de higiene oral a ter com os dentes do bebé, dos irmãos e dos pais.

Os factores de risco para cárie no bebé começam nos pais. As bactérias cariogénicas são trasmissíveis no contacto com saliva (beijinhos, falar com o bebé ao colo, provar da colher, etc). Numa gota da nossa saliva vão milhares de bactérias, portanto se os pais têm cáries, a criança ficará com a sua boca colonizada pelos mesmos micro-organismos.

Quanto à parentalidade, há formas de educação mais propensas ao aparecimento de cárie. O modelo de educação permissiva, em que os pais cedem à vontade (e às birras) dos filhos leva a um aumento até 300% da probabilidade de contrair cárie antes dos 5 anos. São crianças que comem doces sempre que "exigem", deitam-se mais vezes que as outras sem escovar os dentes e escovam mais frequentemente sozinhas, porque "não deixam" os pais escovar.



Também é importante desde cedo orientar os pais para que a relação da criança com a medicina dentária seja o mais saudável possível. Pais com muito medo de dentista, e que verbalizam esse medo na presença da criança têm uma probabilidade acima de 80% de ter filhos com medo de dentista, sem nunca terem tido uma única experiência. É também necessário desde cedo esclarecer estes pais sobre aquilo que podem e devem dizer à sua descendência quanto à sua experiência no médico dentista.

Quanto mais cedo a criança conhece o seu dentista, melhor será o vínculo criado com aquele profissional. Desta forma passa a encarar as visitas de rotina como algo corriqueiro, e ainda que um dia tenha algum problema e necessite de uma intervenção mais invasiva, a criança colabora porque não sente medo e teve boas experiências nas consultas anteriores.

Acha que ir ao Odontopediatra aos 18 meses é cedo demais?

Experimente levar o seu filho pela primeira vez aos 4 anos já com cáries para tratar...


catarina cortez | odontopediatria

terça-feira, 6 de março de 2018

Invisalign - o futuro aqui e agora?

A Invisalign foi a primeira marca no mundo a inventar uma forma de corrigir mal-posições dentárias através do uso de alinhadores transparentes, removíveis e praticamente invisíveis.





Os alinhadores são feitos num material resistente, flexível e biocompatível criado pela Align Technology - o SmartTrack - e cortados com a forma exata da linha gengival por forma a facilitar o seu uso e remoção.

Desta forma o tratamento ortodôntico torna-se muito confortável, uma vez que não tem brackets fixos nos dentes, nem arcos de metal, molas ou bandas. O paciente troca de alinhadores uma vez por semana, sendo-lhe fornecidos pelo seu ortodontista novos alinhadores a cada visita.

O maior receio dos pacientes adolescentes ou adultos desaparece: medo da dor. 
Neste tipo de correção ortodôntica não há consultas de urgência porque não tem peças a picar, partidas ou a arranhar. 

O paciente pode fazer a sua higiene oral normalmente pois pode retirar os aparelhos alinhadores na hora de escovar. O maior medo do ortodontista desaparece, principalmente nos adolescentes: aparecimento de cáries durante o tratamento ortodôntico.

A cereja no topo do bolo é o facto de não se ficar privados de comer nada. Uma vez que é um aparelho removível, na hora das refeições fica na caixinha. E poucas coisas pagam este conforto, esta não privação de uma série de coisas durante 2 anos em prol de um sorriso mais bonito.


caixa azul com alinhadores


Quanto à mecânica. 


Inicialmente corrigia apenas pequenas rotações, inclinações ligeiras e pouco mais que isso.

A evolução da tecnologia e a grande aposta da marca em contratar Ortodontistas para a equipa fez com que hoje se consiga realizar todos os movimentos dentários, com a máxima previsibilidade e segurança.

O tratamento é realizado por etapas, sendo cada conjunto de alinhadores destinado a determinados movimentos. No entanto, se a cada etapa os dentes não estiverem na posição pretendida no início, é possível refazer os alinhadores sem qualquer custo para o paciente.

É possível hoje com Invisalign tratar casos com extrações dentárias para encerramento de espaços, mordidas cruzadas, abertas e até fazer distalizações. Desde que haja um conhecimento profundo da sua forma de operar e uma boa comunicação com os técnicos que estão "do outro lado" a planear os tratamentos ao milímetro.

O Clincheck - plano de tratamento executado por esses técnicos - pode ser modificado pelo Ortodontista por forma a optimizar o tratamento à medida do seu paciente. Após aprovação desse Clíncheck os alinhadores são fabricados nos Estados Unidos e chegam às clínicas em menos de 10 dias úteis.

Se é o futuro? Não posso afirmar. Mas que tem tudo para se tornar o sistema ortodôntico preferido por pacientes e médicos, tem. Eu estou rendida.


catarina cortez | ortodontista