Quando o seu filho tem uma consulta no dentista, você deve sair ou ficar no gabinete? Saiba quando e porquê?
Na primeira consulta, mesmo que um menor já tenha ido a outros dentistas, o pai, a mãe ou outro encarregado da criança deve entrar. E ficar durante toda a consulta.
A 1ª vez é sempre aquela em que o médico vai colocar uma série de questões acerca da criança, por forma a fazer um correto diagnóstico e plano de tratamento. Então deve entrar um adulto (é mais que suficiente) e ficar até a consulta terminar, independentemente do que será feito.
Esta primeira visita é também aquela em que o odontopediatria vai "conquistar" (ou pelo menos tentar) a confiança da criança. Vai estabelecer um vínculo.
Eu costumo dizer aos pais, porque aprendi com a Magda Dias no livro "Berra-me Baixo", que não preciso de crianças obedientes. Preciso de crianças colaborantes. E elas só me vão dar esse privilégio se tiverem um vínculo comigo.
Por vezes esse vínculo estabelece-se de forma natural, logo na primeira consulta. Mas as crianças mais tímidas, reservadas ou que têm um "cordão umbilical" muito forte com as mães/pais, não estabelecem vínculo com estranhos assim tão rápido. Precisam de tempo. Estão envolvidas nos braços da mãe, não olham para nós e nem querem ouvir o que lhes estamos a dizer. Mesmo que estejamos apenas a elogiar aquela t-shirt do homem-aranha ou o rico vestidinho às flores com rendinha.
Então à semelhança da escola, em que os pais no 2º dia já não ficam, também na segunda consulta é recomendado o mesmo. Porque estando sozinhas connosco vêm-se obrigadas a ouvir-nos, e instantaneamente começam a desabrochar.
Parecem pequenas flores à espera das primeiras gotas de orvalho.
Como dizia o outro, no livro do grande pediatra Mário Cordeiro: isso é porque as crianças sabem bem distinguir os seus pais do resto dos animais.
Respondem às nossas perguntas com monossílabos que, cada um a seu tempo, se transformam em discursos.
É muito bonito observar a forma como cada criança no seu ritmo começa a interagir connosco mal os pais se ausentam. Permite-se desta forma que iniciem o seu caminho para "fora do ventre", à descoberta do mundo dos dentistas.
Então se o odontopediatra do seu filho pedir para desta vez aguardar na salinha ao lado, entenda isso como um sinal positivo de que este profissional sabe o que está a fazer e precisa de estabelecer uma relação/vínculo com a criança.
Se os pais escolheram um determinado odontopediatra, é porque confiam.
Mas não se esqueça de confiar também na pessoa mais importante do mundo: o seu filho.
Ele consegue. Confie.
catarina cortez | odontopediatria
Sem comentários:
Enviar um comentário